
A impaciência do público com a quase uma hora de atraso foi compensada com um show marcado pelo som pesado que há algum tempo os Titãs não apresentavam no palco. Com um Pepsi on Stage praticamente lotado na noite desta quarta, a banda celebrou seus 30 anos de carreira com um show em duas partes. Na primeira, tocaram na íntegra e na mesma ordem, o seminal álbum “Cabeça Dinossauro”, lançado em 1986. Depois, sucessos e lados B de outros discos.
No começo, ainda soando o tribalismo da faixa título, deu pra notar uma falha técnica nos microfones do tecladista Sergio Britto. Paulo Miklos socorreu o parceiro, trocando com o seu, mas não adiantou. Passada a música, sobrou pra alguém da produção de palco, mas nada que tenha sido realmente notado pela maioria. Dali em diante, banda e público se afinaram e cantaram em coro faixas como “AA UU”, “Igreja”, “Polícia”, “Estado Violência”, “Porrada”, “Tô Cansado” e “Família”. Claro que em “Bichos Escrotos” e “Homem Primata”, o coro aumentou entre pulos e palavras de ordem. Fechando o disco e a primeira parte, a eletrônica “O Quê”. Detalhe importante, agora que são apenas quatro da formação original, o revezamento entre baixo e teclados de Sérgio Britto e Branco Mello se transformou num atrativo. Branco, aliás, se revela um grande baixista.
Com um brevíssimo intervalo, a banda voltou para um revival de alguns momentos importantes da carreira, acrescentando músicas pouco conhecidas e sucessos, como a versão de “Aluga-se”, de Raul Seixas, “Diversão”, “Televisão”, “O Pulso”, “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana” e “Lugar Nenhum”. Antes Paulo Miklos fez um pequeno discurso sobre nomes como os de Fernando Collor e Lula que “insistem em esconder a sujeira debaixo do tapete”. Foi a dica para o público vociferar o refrão de “Vossa Excelência”, um brado contra a corrupção, lançada em 2005. O show também abriu espaço para uma canção inédita, “Fala, Renata”, que Sergio Britto disse não saber se, algum dia, a banda irá gravá-la. No final, “Marvin” fez todo mundo mais uma vez cantar a pleno pulmões. Lá fora, o frio de 4º graus esperava pelos fãs que se aqueceram com uma noite com uma das melhores bandas de rock, “desde sempre”, como lembrou Branco Mello.
Fonte original - http://www.correiodopovo.com.br/blogs/faixabonus/?p=534

Assinar:
Postar comentários (Atom)